Greve Dos Bancários traz Caos ao País

Paralisação afetou 8.556 agências nesta quarta, 42,62% do total do
país.
Contraf diz que enviou carta à Fenaban na véspera, mas não teve
retorno.

Do G1, em São
Paulo

A greve nacional dos bancários, que teve início no dia 27 de setembro, chegou
a 8.556 agências de bancos públicos e privados nesta quarta-feira (5), de acordo
com balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT). O número corresponde a 42,62% do total de estabelecimentos
existentes no país.

Segundo a confederação, esta é a greve mais forte dos últimos 20 anos,
superando o pico da paralisação de 2010, quando os trabalhadores fecharam 8.278
unidades em todo país.

Em nota, o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos
Bancários, Carlos Cordeiro, diz que “a força da greve é fruto da insatisfação
cada vez maior dos bancários com o silêncio da Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban), que se mantém intransigente e não retoma o processo de
negociações”.

“Que os bancos não se enganem: a greve continuará crescendo ainda mais se
eles teimarem em não dialogar e fazer uma proposta decente, que atenda às justas
reivindicações dos bancários”, diz.

Segundo a Contraf-CUT, a entidade não recebeu até o momento resposta para
carta enviada na terça-feira (4) à Fenaban. “Cobramos responsabilidade e
coerência dos bancos, que prometem disposição para dar continuidade às
negociações, mas não retomam o diálogo com as entidades sindicais. Enquanto eles
não saírem da sua inércia, os bancários irão ampliar e fortalecer ainda mais a
greve em todo país”, afirma Cordeiro.

Reivindicações
Os bancários entraram em greve por tempo
indeterminado, após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida no
dia 23. A proposta patronal contemplava reajuste de 8% sobre os salários, o que
representa aumento real de 0,56%, segundo a Contraf. A reivindicação da
categoria é de 12,8% de reajuste, sendo 5% de aumento real.

Os bancários pedem, ainda, valorização do piso, maior Participação nos Lucros
e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do
atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais
segurança e igualdade

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